Dólar tem leve alta em meio a cautela com pacote fiscal do governo 346we

Publicado em 10/06/2025 17:09 e atualizado em 10/06/2025 17:49

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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar interrompeu nesta terça-feira uma sequência de três sessões de baixa no Brasil e fechou em leve alta ante o real, em meio à cautela dos investidores com o pacote fiscal do governo Lula que pode abrir espaço para mudanças nos aumentos de IOF anunciados no fim de maio.

A moeda norte-americana à vista fechou com elevação de 0,11%, aos R$5,5689, após ter atingido na véspera a menor cotação desde outubro do ano ado. Em 2025, a divisa dos EUA acumula perdas de 9,87%.

Às 17h24, na B3, o dólar para julho -- atualmente o mais líquido no Brasil -- subia 0,13%, aos R$5,5920.

Sem notícias de impacto vindas do exterior, onde investidores aguardavam novidades sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, o mercado de câmbio brasileiro se voltou para a agenda doméstica.

Pela manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA, o índice oficial de inflação, subiu 0,26% em maio, ante o avanço de 0,43% em abril, ando a acumular em 12 meses alta de 5,32%, contra 5,53% antes.

Os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de avanços de 0,33% no mês e de 5,40% em 12 meses.

Apesar do impacto na curva de juros brasileira, o resultado do IPCA teve pouca influência sobre o dólar, que oscilou na sessão entre altas e baixas em margens estreitas. Profissionais ouvidos pela Reuters argumentaram que as dúvidas sobre o pacote de medidas fiscais do governo Lula, que pode abrir espaço para mudanças nos aumentos de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), congelaram os negócios.

“Há muito mais apreensão pelas medidas fiscais do que qualquer outra coisa. Por isso o mercado ficou ‘de lado’ ontem e hoje”, pontuou Nicolas Gomes, especialista de câmbio da Manchester Investimentos.

No início da tarde o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo vai propor ao Congresso uma alíquota unificada de 17,5% de Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, e que será proposto o aumento da tributação de Juros sobre Capital Próprio (J) de 15% para 20%.

Na véspera a Reuters já havia informado que o governo decidiu propor a alíquota unificada de 17,5% de IR sobre rendimentos de aplicações financeiras, exceto as incentivadas. Com isso, os ganhos em operações como as de renda fixa e ações serão impactados.

Além disso, serão taxados em 5% instrumentos que atualmente têm isenção, como Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e debêntures incentivadas.

Um dos objetivos é que as medidas abram espaço para uma recalibragem do IOF. De acordo com Haddad, o ganho fiscal obtido com a aprovação das medidas será usado majoritariamente para recalibrar o dispositivo que implementou cobranças de IOF sobre o risco sacado -- modalidade de crédito usada por empresas.

“A nossa aposta aqui é que a maior revisão vai ser sobre o IOF nas operações de crédito. O câmbio no varejo e para a pessoa física deve continuar sendo penalizado”, afirmou o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo.

Mas como não há clareza sobre isso, “muitos clientes (estão) esperando a quarta-feira, represando operações”, acrescentou Bergallo.

Após registrar a cotação mínima de R$5,5388 (-0,43%) às 11h18, o dólar à vista atingiu a máxima de R$5,5787 (+0,29%) às 15h56, para depois fechar pouco abaixo disso.

No exterior, às 17h22 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,07%, a 99,036.

Pela manhã, o Banco Central vendeu toda a oferta de 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de julho de 2025.

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Fonte:
Reuters

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